O novo chefe da diplomacia angolana, Tete António, afirmou hoje que vai dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser realizado, privilegiando a diplomacia económica e a diáspora angolana, bem como a reforma do Ministério das Relações Exteriores..
“A diplomacia tem de assentar numa casa organizada e funcional para ter resultados lá fora”, disse, em declarações aos jornalistas, após o ato formal da passagem de pastas com o seu antecessor, Manuel Augusto.
“Estamos conscientes de que não vamos herdar o mundo que tínhamos antes da covid-19, vai ser um mundo transformado e a diplomacia angolana vai ter de se adaptar também a este mundo”, sublinhou.
Um “mundo transformado” que não diz respeito apenas aos produtores de petróleo, embora esse setor “preocupe bastante” Angola, tendo em conta que é a base da sua economia.
Sobre os cerca de 4000 angolanos que se encontram ainda no estrangeiro, depois de Angola ter fechado as suas fronteiras para conter a pandemia, a 20 de março, reafirmou que o Governo angolano “está a seguir de perto os cidadãos, cuidando de todas as circunstâncias” que rodeiam a covid-19.
“Nesta crise não podemos ter modelos ‘standard’ na resolução dos problemas”, referiu.
“Estamos atentos à situação”, afirmou, sem contudo esclarecer se haverá novos voos para trazer cidadãos angolanos de regresso ao país.
No seu discurso, deixou palavras de agradecimento a Manuel Augusto – de quem era, antes, secretário de Estado – que disse ter contribuído para “colocar e consolidar o posicionamento de Angola num alto patamar na arena internacional” e pediu aos funcionários do ministério que continuem a desempenhar da mesma forma o seu trabalho “em prol da manutenção em alto patamar da bandeira e bom nome da República de Angola”.
O ministro cessante, por seu turno, disse sair com o sentimento de dever cumprido, tendo feito a sua “parte nesta corrida de estafeta”, que considerou ser a que melhor se adapta ao espírito de um servidor público.
A exoneração de Manuel Augusto foi conhecida na segunda-feira através de uma nota divulgada pela Casa Civil do Presidente da República, dando conta do novo elenco governativo depois da redução de número de ministérios de 28 para 21.
Quem é Tete António
Nasceu no dia 22 de Janeiro de 1955 no município do Bembe, província do Uíge.
– É Mestrado em Relações Económicas Internacionais pela Universidade de Kiev/Ucrânia
– Freqüentou o cursos de diplomacia preventiva da Universidade de Colúmbia, Nova Iorque
– Gestão, resolução de conflitos e mediação do Centro jimmy Carter
– Diplomacia no Instituto do Ministério de Negócios Estrangeiros do Cairo no Egipto
– Director e Pratica das Nações Unidas na New York University, EUA
Curriculum Profissional
– Antes de chegar ao cargo de Ministro das Relações Exteriores, exerceu de Outubro de 2017 a Abril de 2019, o posto de Secretário de Estado para as Relações Exteriores.
– Exerceu as funções de Representante da União Africana Junto das Nações Unidas em Nova Iorque, de Conselheiro Diplomático do Presidente da Comissão da União Africana, de Ministro Conselheiro na Missão Permanente da República de Angola junto das Nações Unidas em Nova Iorque.
– Foi membro da delegação angolana no Conselho de Segurança (2003-2004),
– Perito Principal durante a Presidência Angolana da comissão de Consolidação da Paz da ONU
– Assessor do Presidente da 59ª Sessão da Assembleia Geral da ONU (2004-2005)
– Director de Gabinete do vice Ministro das Relações Exteriores (1999-2002)
– Observador Político da União Africana junto da Missão das Nações para a Organização de um Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) com sede em El Aiun, Sahara Ocidental de 1997 a 1999
– Diplomata na Embaixada da República de Angola em Addis Abeba, Etiópia, Missão Permanente junto da União Africana (19931997)
– Funcionário do Departamento da União Africana e Instituições Especializadas da Direcção África e Médio Oriente do Ministério da Relações Exteriores
– Funcionário da IMPORTANG do Ministério do Comércio Externo. Cumpriu missões de observação das eleições pela União Africana, missões de estudo a Países saídos de conflitos pela Comissão da Consolidação da Paz da ONU
– Participou em várias reuniões do ANU, União Africana, Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul da Comissão Económica da ONU, União Africana, Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, da Comissão Económica da ONU para a África (CEA), da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Comunidade dos Estados da África Central (CEEAC) e da comunidade do estados da África Austral e Oriental (COMESA).
Idiomas
Fala fluentemente e escreve
Português
Inglês
Francês
Russo
Kikongo
Lingala e entende espanhol.